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Marchar pela Educação

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Caríssimos Encarregados de Educação, pais, alunos e cidadãos em geral,

Presentemente, a educação vive tempos conturbados. A Escola Pública caminha, a passos largos, para uma situação que poderá ser irreversível. Os professores, conscientes desta realidade, porque a vivenciam diariamente e há muitos anos, têm procurado denunciar a gravidade do que se está a passar.


É do conhecimento geral que os professores são uma classe envelhecida, muitos atingiram a idade da reforma, outros atingi-la-ão muito em breve. As consequências desta realidade são graves! Atualmente, raros são aqueles que desejam abraçar esta profissão tão nobre, outrora tão reconhecida socialmente! Poderemos assistir ao drástico agravamento do que já se vive neste momento, ou seja, existem alunos que, desde o início do ano letivo, não têm professor a uma ou mais disciplinas. A situação, aparentemente, poderá não parecer tão grave quanto efetivamente é, porque há professores que, fazendo um tremendo esforço pessoal e em consideração aos alunos (afinal, são estes a sua prioridade) têm aceitado lecionar as aulas dos docentes em falta.


Afinal, porque é que os jovens recusam ingressar na profissão de professor? ELES SABEM QUE:

  • É uma profissão desvalorizada, com uma enorme instabilidade contratual; os anos até conseguirem um contrato num quadro de escola englobam grandes prejuízos para a vida familiar e pessoal dos professores (é verdade, também têm filhos, têm pais, têm família).
  • Enquanto não ingressam na carreira (o que pode levar 10, 15…anos), ganham cerca de 1000 euros limpos por mês, embora sejam profissionais altamente qualificados – licenciatura, mestrado, doutoramento, formações múltiplas e diversificadas.
  • Para além das atividades diretamente ligadas à profissão, os professores têm de desenvolver inúmeras outras, sobretudo burocráticas, muitas desnecessárias e que em nada contribuem para o sucesso das aprendizagens dos alunos.
  • Debatem-se com problemas seríssimos dentro da escola, fruto de problemas sociais para os quais não têm, nem devem ter, resposta, mas que interferem com o normal desenvolvimento das aulas, com a sua vida profissional e pessoal.
  • A inclusão tão apregoada é, em muitos casos, uma falácia, porque a escola não tem recursos humanos e físicos para levar a cabo o que é preconizado pela legislação.
  • Enquanto a carreira esteve congelada, os professores trabalharam com o mesmo sentido de responsabilidade e empenho, cumpriram com os seus compromissos fiscais. É justo que recuperem o tempo trabalhado, dado existir dinheiro para tantas outras actividades de menor relevância.
  • A avaliação dos professores é muito pouco transparente e justa, não promove a meritocracia, sendo regulada por cotas que limitam injustamente a progressão na carreira.
  • A cultura do facilitismo e a indisciplina são outros aspetos extremamente graves com os quais os professores se debatem diariamente.

Para além de lutarem pela valorização da sua carreira, pelo respeito e reconhecimento que lhes é devido, os professores lutam por uma escola de qualidade, com profissionais motivados e com tempo para se dedicarem ao que, afinal, constitui a sua função: ensinar! Formar cidadãos com sentido crítico, capazes de defenderem as suas crenças, ideias e ideais, sejam eles quais forem!


QUE ESCOLA QUEREMOS PARA PORTUGAL?


É hora de lutarmos JUNTOS por uma ESCOLA PÚBLICA de qualidade! É evidente que uma escola de qualidade exige investimento! A ignorância não!


PROFESSORES DO CONCELHO DE MAFRA